segunda-feira, 25 de julho de 2011

JF perde dez hectares de Mata Atlântica por ano-TRIBUNA DE MINAS, 24 de Julho de 2011


24 de Julho de 2011 - 07:00

Bioma cobre, atualmente, apenas 12% do município; especialistas alertam para necessidade de conter ocupação

Por Eduardo Vanini
Mancha urbana avança e fica próxima de reserva
Mancha urbana avança e fica próxima de reserva
Com o território totalmente inserido no bioma da Mata Atlântica, Juiz de Fora vem perdendo, a cada ano, cerca de dez hectares de área verde, o que equivale a dez campos de futebol, segundo os últimos "Atlas dos Remanescentes Florestais". Restam apenas 12% da cobertura original. De acordo com especialistas, embora os dados ainda não configurem uma situação crítica, o reforço em políticas de conservação e monitoramento é fundamental para que o desmatamento não seja ampliado. Caso contrário, a cidade poderá ter graves problemas climáticos e desequilíbrio ecológico. A maior ameaça apontada pelos entrevistados é a crescente urbanização, que avança sobre reservas e áreas florestadas. Em vários locais, é possível verificar trechos de mata cercados por moradias, como no caso do Poço Danta, região Sudeste, onde há uma alta concentração de casas do Bairro São Benedito rente à reserva.
O professor do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFJF e especialista em ecologia florestal Fabrício Alvim Carvalho afirma que a área urbana de Juiz de Fora conta com o "luxo" de ser marcada por "manchas verdes", fundamentais para regular o clima. "Em locais muito desmatados, a temperatura é extremamente quente, as chuvas são descontroladas e as enchentes aparecem com mais força." Como alerta Carvalho, a manutenção desse benefício está atrelada à garantia de políticas públicas voltadas para a proteção desses espaços, o que nem sempre acontece. Ele ilustra que, em bairros como São Pedro, na Cidade Alta, é visível o avanço da construção civil sobre áreas florestadas, "as quais não contam com nenhuma proteção legal".
Para o especialista, Juiz de Fora também possui a vantagem de abrigar organizações que vêm promovendo bons trabalhos de recuperação das matas. Mas, na opinião dele, ainda é preciso mais incentivo em nível de governo, já que os órgãos oficiais não possuem nem mesmo um efetivo suficiente para garantir a aplicação das políticas ambientais. Essa preocupação possui, ainda, um viés econômico, na medida em que distritos com boa situação ambiental atraem investimentos. "Prefiro acreditar que o Executivo terá o bom senso de acompanhar essas tendências. Ainda mais Juiz de Fora, que tem um apelo industrial grande. Hoje, qualquer município que se preze tem um órgão ambiental fortalecido."
O coordenador executivo da Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (Amajf), Theodoro Guerra, faz coro ao considerar o crescimento urbano desordenado como a maior ameaça à Mata Atlântica. Como ele dimensiona, o problema é mais agressivo do que a derrubada de matas para a criação de pastos na Zona Rural, por exemplo. "O pasto ainda pode ser revertido em uma área de replantio, um espaço de moradia, não." Ele explica que, além de pressionar as áreas verdes, a falta de controle sobre a expansão urbana pode desencadear na ocupação da Zona Rural, prejudicando os remanescentes. "Por isso é tão importante a fixação de reservas nessas regiões. É uma questão de prevenção."
Embora Juiz de Fora ainda esteja em situação confortável, na opinião do coordenador da Amajf, o quadro pode mudar, para pior, caso não haja ações mais fortes para frear a devastação e promover a recuperação. "Um município precisa ter pelo menos 20% de suas matas assegurados, para que não tenha problemas graves, como perda de biodiversidade e recursos hídricos."

36 autos de infração em áreas de proteção permanente em dois anos

No âmbito municipal, a secretária de Atividades Urbanas, Sueli Reis, afirma que algumas mudanças na legislação têm contribuído para melhorar os cuidados com o meio ambiente, relacionados ao crescimento urbano. É o caso de uma portaria baixada no ano de 2009, por meio da qual todos os processos de construção passaram a transitar pelo crivo da Agência de Gestão Ambiental de Juiz de Fora (Agenda JF). O órgão faz uma vistoria no local e estabelece restrições em relação às áreas de preservação. Quanto aos loteamentos irregulares, a secretária afirma que as autorizações para ligações de água e luz têm sido restritas, ao máximo. Além disso, não é mais permitido que construções irregulares sejam legalizadas posteriormente. Nos anos de 2010 e 2011, até 18 de julho, a Agenda JF realizou 114 autos de infração, sendo 36 em áreas de proteção permanente.
Quanto à estrutura dos órgãos municipais competentes, Sueli considera que o efetivo é suficiente. São cerca de 60 fiscais em atuação na Secretaria de Atividades Urbanas e cinco na Agenda JF. Na avaliação dela, o mais importante é que os mecanismos de trabalho sejam modernizados. E isso, conforme a secretária, já está acontecendo. Como ela pondera, os problemas relacionados à invasão dessas áreas "não estão 100% controlados porque sempre tem alguém que procura burlar a lei".
Já no estado, O diretor de fiscalização dos recursos florestais e biodiversidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Bruno Zuffo, admite que o órgão conta com um efetivo restrito, diante da dimensão das necessidades de Minas. Entretanto, segundo ele, para suprir essa falta, é feito o monitoramento via satélite de todo o território mineiro, viabilizado pela Universidade Federal de Lavras. O trabalho possibilita o controle sobre focos de desmatamento, apontados em relatórios mensais, pelos quais são elaboradas estratégias de combate ao desmatamento.
No caso da Zona da Mata, Zuffo comenta que a região tem sido muito assediada por empreendimentos interessados em mineração e silvicultura de eucaliptos. E, de acordo com ele, as áreas desmatadas abrangem desde regiões que contam com a devida autorização - principalmente no que diz respeito a espaços onde a mata está em estágio inicial de regeneração - até o fragmento de polígonos não autorizados.

'A população está mais consciente'

Enquanto a perda de Mata Atlântica na cidade foi de aproximadamente 44 campos de futebol, entre 2005 e 2008; nos dois anos seguintes, deixaram de existir outros 16 campos. Apesar da queda no desmatamento, o presidente do Grupo Ecológico Salvaterra, Wilson Acácio, afirma que a evolução ainda é lenta. Mesmo assim, ele acredita que a diminuição ocorreu porque, nesse intervalo de tempo, embora ainda em níveis insatisfatórios, os órgãos ambientais passaram a ter atuação mais recorrente, assim como a sociedade começou a cobrar mais. "A população está mais consciente. As novas gerações aprendem questões ambientais nas escolas e organizações promovem a educação não formal junto às comunidades." Outro fato considerado por ele é que essa queda também já reflete a escassez de recursos.
Ações em risco
Por meio de parcerias com órgãos oficiais e organizações, inclusive internacionais, a Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (Amajf) conseguiu proteger dois mil hectares de Mata Atlântica em toda a Zona da Mata, sendo 400 na cidade, desde 2008. Os trabalhos foram feitos por meio do contato com 140 proprietários rurais, envolvendo ações de preservação e recuperação de florestas. Para áreas onde não havia vegetação, foram enviadas cerca de um milhão de mudas. Em todos os espaços, os proprietários formalizaram compromisso com a entidade, garantindo a manutenção das áreas verdes.
De acordo com o coordenador executivo da associação, Theodoro Guerra, o próximo passo é resgatar cerca de 500 hectares até 2013, sendo cerca de cem em Juiz de Fora. Entretanto, o projeto está em risco. Guerra relata que foram feitos cortes nas verbas repassadas pelo Estado, e isso pode significar perdas nos recursos que serviriam como incentivo aos proprietários de terra que fazem a preservação de matas. Só este ano, a ONG pode ficar sem o respaldo de R$ 250 mil. "Isso era muito importante para os produtores rurais que entraram no projeto, visto que todos eles executaram um benefício para toda a cidade."

Propriedades particulares em foco

Um grande aliado na recuperação da Mata Atlântica tem sido a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Juiz de Fora possui 289 hectares de áreas enquadradas nesse perfil, distribuídos em três propriedades, segundo o Cadastro Nacional de RPPN. Minas Gerais é o estado campeão nesse tipo de conservação, com 242 reservas, equivalendo a um espaço de 127 mil hectares em 137 municípios. Juiz de Fora é o 51º em termos de extensão de áreas nessa categoria. Segundo a coordenadora do Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, os benefícios trazidos aos responsáveis por essas áreas são vários. Entre as vantagens estão a isenção no Imposto Territorial Rural e a prioridade na análise de concessão de crédito agrícola em bancos públicos. O município também ganha, já que a presença das RPPNs reflete em maior repasse do valor arrecadado pelo ICMS, por parte do Estado.
"Muitos proprietários ainda desconhecem essa possibilidade. É muito importante divulgá-la para garantir a proteção da Mata Atlântica", acredita a coordenadora do Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, Mariana Machado, atestando que, dos 8% do bioma que restam no Brasil, 80% estão na mão de proprietários particulares. "Como as propriedades inseridas na Mata Atlântica tendem a ser pequenas, cada fragmento é importante para a criação de corredores ecológicos."
A transformação de polígonos verdes em RPPNs não possui limites de extensão, podendo até mesmo se sobrepor a áreas de reserva legal e proteção permanente. Ao receber essa denominação, os espaços passam a ser guardados em caráter perpétuo, podendo ser utilizados apenas para turismo, educação ambiental e pesquisa científica. Caso a propriedade seja vendida ou repassada para herdeiros, as regras seguem valendo. As propriedades contempladas podem estar tanto em área urbana, quanto rural. Para pleitear a transformação, devem ser procurados o Instituto Estadual de Florestas (IEF) ou o Instituto Chico Mendes. No primeiro caso, o órgão pode ser consultado pelo e-mail diap@meioambiente.mg.gov.br e, no segundo, pelo ascomchicomendes@icmbio.gov.br.

terça-feira, 17 de maio de 2011

A era Antropozóica

Os ecossistemas são imensos cosmos com inter relações de fatores bióticos (organismos vivos) e abióticos (matéria e energia), sendo responsáveis pela manutenção da vida no planeta. Os ciclos  biogeoquímicos, fazem a reciclagem da matéria a milhões de anos naturalmente, contando com um empurrãozinho do sol, que entra nesse sistema para fornecer uma imensa quantidade de energia pela fusão do hidrogênio em hélio, necessárias para mover tais ciclos, e o que é melhor de graça.
O homem modifica significantemente os ecossistemas e toda sua biodiversidade, desde a manipulação do fogo. A parti daí as modificações e intervenções tornaram-se gigantescas, por tanto é primordial o conhecimento das leis básicas da natureza e suas inter-relações. Mesmo que a natureza possua auto-regulação que tende ao equilíbrio perfeito, nos a impactamos de forma a alterar e desestabilizar todos os sistemas, e sua capacidade de auto-regulação, pois estamos inserindo nos sistemas uma quantidade muito grande de matéria e energia, que resulta num aumento significativo da desestabilização sistêmica, regionalmente e globalmente.

A terra já passou por vários cataclismas, a milhões de anos atrás, porem vem se organizando, se reestruturando e se adaptando as condições extremas impostas por tais eventos, criando  ambientes estáveis para o desenvolvimento da vida. Porém, nunca tais eventos catastróficos, foram causado por uma espécie. O ser humano, que se tornou um degradador do ambiente, comparável a eventos catastróficos, tão virtuosos que alguns pesquisadores admitem chamar de era Antropozóica, tamanha é a magnitude das transformações causadas pela espécie Homo sapiens.

Outro ponto fundamental é que, o meio ambiente não pode ser entendido como tudo que é natural, seu entendimento tem que ser mais amplo, e passa por inter-relações entre sociedade e natureza.

A sociedade industrial capitalista que preconiza a maximização do lucro, produção e consumo, tem como pilar o pensamento clássico industrial. Para alguns pensadores, essa sociedade pratica a exploração sem limites dos recursos naturais, produzindo uma grande quantidade de resíduos.

Porém a velocidade com que geramos alternativas tecnológicas para esse sistema é mais lenta do que a eliminação, ou desperdício de energia e recursos. Por tanto tem-se o paradoxo: para o capitalismo prosperar é necessário um crescimento progressivo e veloz, num mundo limitado pelos recursos naturais não renováveis, ou seja, finitos.

A sociedade industrial ignora os limites do planeta se manter sadio, e despreza seus avisos, pondo em risco seus biomas, e toda sua biodiversidade. O que está em risco não é a extinção do planeta, pois este já se regenerou de várias catástrofes, o que esta em risco agora é a extinção do homem, e o que é pior... por ele mesmo.

Somos a única espécie capaz de causar a extinção em massa de várias outras espécies, por outro lado, a única capaz de resolver o problema que criamos.

Cassiano Ribeiro da Fonseca

Biólogo, Mestrando em Ecologia pela UFJF

Mudança de Valores na BOLSA

    A responsabilidade ambiental vem se tornando cada vez mais uma importante instrumento de gestão das organizações, como um dos principais mecanismos de responsabilidade social.
   Dentro das questões de responsabilidade ambiental, temos uma palavra chave – desenvolvimento sustentável, que sintetiza todas essas questões sócio-ambientais.
Para entender-mos melhor essa palavra chave, voltemos um pouco no tempo, quando essa palavra foi pela primeira vez contextualizada, nas questões ambientais.
   Em 1983, a Organização das Nações Unidas(ONU) criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que foi presidida pela primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, que propôs como objetivos, reavaliar as questões críticas relativas ao meio ambiente e reformular propostas para abordá-las de forma real e concreta; além de propor novas formas de cooperação internacional, orientando as políticas e ações no sentido das mudanças necessárias, e dar a indivíduos, organizações voluntárias, empresas, institutos e governos uma compreensão maior desses problemas, incentivando-os a uma atuação mais firme e concreta.
   Em 1987, a comissão recomendou a criação de uma nova carta ou declaração universal sobre a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável – o Relatório Brundtland. Publicado com o título “Nosso Futuro Comum”, o documento propôs unir o desenvolvimento econômico à questão ambiental, criando não apenas um novo termo, mas uma nova forma de pensar e agir. Dentre as medidas a serem adotadas, pelos  governos  podemos destacar as seguintes : Preservar da biodiversidade e  ecossistemas; garantia de recursos básicos(água, alimentos, energia) a longo prazo, diminuir o consumo de energia, estimular o desenvolvimento de tecnologias que admitem o uso de fontes energéticas renováveis; aumentar a produção industrial nos países não-industrializados, à base de tecnologias fundamentalmente ecológicas.
   O Relatório ainda dizia que: A Humanidade tem a capacidade de tornar o desenvolvimento sustentável– de assegurar que ele atenda às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às suas próprias necessidades.
   Desde então governos, sociedade civil, organizações não governamentais(ONGs), passaram a encarar as questões ambientais de forma mais realista, fugindo dos discursos dos ecochatos. Agora tendo como subsídios aos discursos, importantes órgãos de pesquisa científicas, que quantificaram e qualificaram, a problemática ambiental, tornando público e notório as inevitáveis mudanças ambientais, locais e globais.
   Recentemente como um reflexo de todas as modificações sofridas pela sociedade e pelo meio ambiente, vemos uma tendência de espectro mundial, no qual investidores desde pequenos acionistas a grandes corporações, procuraram investir seus recursos em empresas rentáveis, porém socialmente responsáveis e sustentáveis.
   Esses investimentos são denominados “investimentos socialmente responsáveis” (“ISR”), um tipo de “selo de qualidade”.As empresas participantes preenchem um detalhado formulário, que é auditado, e renovado anualmente, tendo como objetivo classificar e reconhecer, as instituições que realmente realizam atitudes condizentes com a  responsabilidade social e a sustentabilidade no meio empresarial, além de serem disseminadoras das boas praticas sustentáveis no mundo dos negócios.
   O Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI), lançado em 1999, foi o primeiro a avaliar o desempenho das empresas na Bolsa de Nova York, usando critérios de sustentabilidade, já no Brasil, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, surgiu em 2005 a partir da necessidade da criação de um índice composto somente por ações de empresas negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, e que se destacam em responsabilidade social e sustentabilidade. O ISE da BM&FBovespa desse ano, entrou em vigor em 1 de dezembro de 2009 e permanece vigente até o fim de 2010, reunindo 43 ações de 34 companhias, distribuídas em 15 setores, somando a fábula de  R$730 bilhões , o que corresponde a 32,21% do valor de mercado total das companhias com ações negociadas na BM&FBOVESPA em 11 de novembro de 2009. Três setores estrearam nessa última carteira do Índice: construção civil, seguros e máquinas e equipamentos, uma demonstração de maior diversificação setorial, graças a mudanças na metodologia atual. 
   Em 2010, o ISE completou cinco anos de existência, para comemorar , realizou vários eventos para ampliar as informações à sociedade sobre o Índice, e absorver contribuições de diferentes setores para seu aprimoramento.
   Preocupadas com os apelos da sociedade, que sentem cada vez mais presentes em suas vidas as modificações climáticas globais, causada pela elevação da temperatura  da terra, pelos gases do efeito estufa(GEE), e pela busca do empresariado em atender a essa demanda, a BM&FBOVESPA e o BNDES lançaram no dia 02/12 desse ano, o Índice Carbono Eficiente (ICO2), que é formado por ações de empresas do IBrX-50 (composto pelas 50 ações mais negociadas na bolsa), além das companhias listadas no IBrX-50, foram convidadas também outras empresas emissoras de ações com alta liquidez na bolsa, e potencial  ingresso no IBrX-50 futuramente.
    O novo índice será formado a partir do inventário de emissões de (GEE), que é calculado pelo free float¹ , e pelo coeficiente de emissões de gases de efeito estufa (GEE) que as próprias empresas fizerem. A carteira será recalculada quadrimestralmente com base no free float das empresas, e anualmente no coeficiente de emissões.Esse inventário calcula as emissões de gases de efeito estufa , que analisa todas as fases de produção de uma empresa, desde a extração da matéria-prima , os processos de fabricação, e o transporte do produto até o consumidor.
   Essas iniciativas como Índice Carbono Eficiente (ICO2), são um importante passo na preparação das empresas participantes, servindo de bons exemplos para outras, na consolidação da eficiência energética, e da economia de baixo consumo de carbono.
    As propostas de unir o desenvolvimento econômico, à questão ambiental e de realmente resolver suas ambigüidades, é sem dúvida a forma mais correta de atingirmos a sustentabilidade, atendendo as necessidade do presente sem comprometer o futuro, caminhando assim para um mundo cada vez mais sustentável .


Cassiano Ribeiro da Fonseca
Biólogo, Mestrando em Ecologia pela UFJF

1-Free float é uma terminologia utilizada no mercado de capitais quando uma empresa deixa determinada quantidade de ações à livre negociação no mercado.fonte: Wikipédia 

A QUALIDADE AMBIENTAL DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA ESTÁ EM PERMANENTE RISCO*

Rafael Ribeiro de Almeida  Acadêmico do Curso de  Pós-Graduação  em Gestão Ambiental em Problemas Urbanos – Estácio de Sá (Juiz de Fora – MG).


*Trabalho apresentado   para a  disciplina “Qualidade Ambiental das Bacias Hidrográficas Urbanas”, ministrada pelo professor Wilson Acácio


A dinâmica das bacias hidrográficas é expressa pela interação dos subsistemas, corresponde à área drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes, que formam, dessa maneira, uma rede hidrográfica. Geralmente é partir do relevo que denomina o limite de cada bacia, chamados de divisores de água.
A qualidade ambiental de uma bacia hidrográfica está em permanente risco? A minha resposta é: Sim. Devido a todas as interações de que ela depende fica quase impossível controlá-la e preservá-la de forma pura e intacta.
Depende da qualidade da água em todo seu curso, desde a montante á jusante, lembrando que durante o curso d´água esta recebe diversos organismos de diferentes corpos receptores e que com eles carregam toda poluição por onde passam, seja poluição doméstica, como esgotos sanitários e resíduos sólidos ou ainda industriais. Esta última ainda merece uma atenção maior, pois se não houver o monitoramento, podem ser despejados compostos químicos altamente prejudiciais á saúde humana e a manutenção do efluente. É válido ressaltar que um processo importantíssimo que ajuda na conservação da qualidade das águas e consequentemente de uma bacia, é o processo de autodepuração, que é a capacidade de um corpo de água tem, após receber uma carga poluidora, através de processos naturais (físicos, químicos e biológicos), recuperar suas qualidades ecológicas e sanitárias, aumentando a concentração de oxigênio dissolvido e reduzindo a concentração da demanda bioquímica de oxigênio (DBO).
Depende também principalmente da ação antrópica gerada, pois ela é primordial para a qualidade de uma bacia,o ser humano precisa conservar todo o seu meio que vive, preservando assim toda região englobada da respectiva bacia. A expansão urbana traz consigo enormes modificações na topografia da bacia, quando desordenada agrava ainda mais a situação, pois não são monitoradas as agressões em que o meio sofre. Esgotos lançados, resíduos despejados sem controle, construções inadequadas, são alguns exemplos de modificações realizadas pelo homem que comprometem seriamente a qualidade final de uma bacia hidrográfica. Interligado a expansão urbana surge a industrialização que eleva o desenvolvimento econômico de uma região, mas que por outro lado agrava a questão preservação do meio ambiente, que engloba também toda a área de uma bacia. A presença de uma quantidade elevada de empresas e indústrias faz com que aquela área se torne um risco eminente a qualidade de uma bacia hidrográfica.
Depende de todo relevo que comporta a bacia hidrográfica, de todos seus vales, morros, planícies, planaltos e depressões, com seus níveis e desníveis, pois é através destes moldes que definimos os divisores de água e com eles problemas como: assoreamento, voçorocas e erosões, carregando então todos os detritos para dentro das bacias. Não só o relevo, mas diversos fatores naturais como o clima, precipitação, ventos, solo, vegetação atuam diretamente na formação e na qualidade de uma bacia hidrográfica. O solo, por exemplo, em contato com a água influência em sua qualidade e interfere dependo do tipo de solo no processo de erosão. A ausência ou presença da vegetação interfere junto com a precipitação na quantidade de infiltração de água no solo e na velocidade no escoamento superficial da água. Os ventos modificam estruturas e arrastam junto com as chuvas detritos aos cursos d´água provocando assoreamentos nos efluentes e subafluentes da bacia.
Portanto, a qualidade ambiental de uma bacia hidrográfica está em permanente risco, devido a todos os fatores de que ela depende para “sobreviver”. E o permanente risco, pode-se dizer que é principalmente a ação humana que age no meio em que se instala de forma predatória, sem chance para uma revitalização natural. As ações antrópicas vêm sendo irreparáveis para o meio ambiente em geral, a quantidade de resíduos gerados, de esgotos lançados sem tratamento, a forma desordenada com que a expansão urbana segue, afetam diretamente e PERMANENTEMENTE a qualidade de uma bacia hidrográfica. Diga-se permanentemente, pois, estamos em crescente crescimento populacional, demográfico e econômico e as preocupações e medidas ambientais não acompanham este ritmo. 

quinta-feira, 24 de março de 2011

A qualidade ambiental de uma bacia hidrográfica está em permanente risco

Por Marcileia Antunes

Aluna do Curso de Pós- Graduação (latu sensu - Estácio de Sá) em Gestão Ambiental e Problemas Urbanos 

O processo de ocupação antrópica,  desde os primórdios,  teve como referência as proximidades dos cursos d’água. Pode-se sugerir que este comportamento se justifica pela nossa estrutura orgânica ser composta de 70% de matéria líquida. Além desta condição, temos os extensores: higienização, cultivo e preparo de alimentos, dessedentação e outros vários usos consultivos. Influenciado por este comportamento, o processo de ocupação urbana tem presença marcante nas proximidades das bacias hidrográficas.

Bacia hidrográfica é uma área de captação natural da água de precipitação que faz convergir o escoamento para um único ponto de saída. A bacia hidrográfica compõe-se de um conjunto de superfícies vertentes de uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar em um leito único no seu exutório (Tucci, 1997).

Contudo, essa herança outrora, trouxe consequências gravíssimas provocadas por sérios impactos negativos ao ambiente natural com sobrecarga acentuada às águas tanto nos aspectos qualitativo e quantitativo.

A idéia de que os terrenos marginais e os rios constituem uma área propícia a ser explorada, tem colocado o homem e a natureza em papéis distintos na história da construção dos espaços urbanos. Para complementar este cenário; as cidades é um sistema aberto onde os elementos são interligados uns aos outros e as interferências nunca serão isoladas e sim em toda a cadeia. As relações são drasticamente agravadas em consequência do crescimento demográfico não ser acompanhado de um planejamento urbano adequado que leve em consideração a rede hidrográfica.

O resultado dessas intervenções é catastrófico uma vez que se dá de forma desordenada no ambiente convergindo em desmatamentos das margens, poluição do solo e da água, aumento do processo erosivo, assoreamento e ainda possui a tendência de abrigar os grandes bolsões de miséria nas periferias, ocupações desordenadas às margens dos rios sem qualquer equipamento urbano, sem infra-estrutura básica e nenhuma qualidade de vida. Assim está revelado o desfigurado retrato urbano tendo como elemento central um meio de transporte de esgoto chamado de bacia hidrográfica.

O Gerenciamento de Bacia Hidrográfica (GBH) é um processo de negociação social, sustentado por conhecimento científicos e tecnológicos que visa a compatibilização das demandas e das oportunidades de desenvolvimento da sociedade com o potencial existente e futuro do meio ambiente, na unidade espacial de intervenção da bacia hidrográfica, a longo prazo (IBAMA – 1995).

Para fazer cumprir o princípio acima, o Gerenciamento de Bacia Hidrográfica deve considerar como elemento para um resultado, a adoção da bacia como unidade de planejamento e intervenção da gestão ambiental sistêmica e globalizada. Neste contexto o elo das relações dos elementos físicos, biológicos e socioeconômicos monta a engrenagem das relações sociais cuja soma deve ser entendida como um todo relevante, rompendo a visão reducionista de sanar os problemas ambientais para a promoção da qualidade de vida.

A lei nº. 9.433/97 (Lei dos Recursos Hídricos), conduz a sociedade brasileira em direção ao desenvolvimento urbano sustentado e concebe a Gestão das Bacias Hidrográficas como forma de mensurar e discutir os problemas ambientais popular nas decisões que envolva a bacia hidrográfica como elemento de gestão e intervenção. O artigo 38 da  citada Lei afirma:  compete aos comitês de bacia, em sua área de atuação, promover debates das questões relacionadas à gestão dos recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes.


terça-feira, 22 de março de 2011

Vai faltar água em metade das cidades brasileiras em 2015

Leila Coimbra
De Brasília



(Folha de São Paulo) Mais da metade dos municípios brasileiros (55% do total) terá deficit de abastecimento de água em 2015. Levantamento feito pela ANA (Agência Nacional de Águas) mostra que são necessários investimentos de R$ 22,2 bilhões para evitar o risco de um colapso total até 2025. Hoje, cerca de 16% das cidades do país têm algum problema de abastecimento. Para tratar também os esgotos jogados nos rios, o que impede a reutilização das águas, serão necessários cerca de R$ 70 bilhões. Os dados fazem parte do Atlas de Abastecimento Urbano de Água, um mapeamento completo de todos os 5.565 municípios brasileiros, liderado pela agência das águas com instituições federais, estaduais e municipais.

DISTRIBUIÇÃO
 
O estudo mostra que o Brasil é um dos países mais ricos em recursos hídricos, mas o grande desafio no fornecimento de água é a população concentrada em locais onde há sua menor oferta. 
 
A região amazônica reúne 81% das fontes hídricas do país, mas as áreas de maior densidade populacional, como o Sudeste e o Nordeste, têm só 3% da água, originada na Bacia do Atlântico. "Caso não sejam feitos os investimentos, haverá risco de interrupção temporária no abastecimento cada vez mais frequentes. Manobras como rodízio no fornecimento para os consumidores poderão ser mais usadas. Mas não há risco para pânico", diz Ney Maranhão, superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA. O Nordeste é a região que mais demandará investimentos em captação de água, por ter as menores reservas: R$ 9,1 bilhões. Já o Sudeste, onde está a maior parte da população, precisa de mais dinheiro para tratamento de afluentes. Juntos, os Estados de SP, RJ, ES e MG vão precisar de R$ 7,4 bilhões em captação de novas fontes de água.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Tribuna Livre

Tribuna Livre
O Grupo Ecológico Salvaterra utilizará a Tribuna Livre da Câmara Municipal, hoje, às 17h30, para questionar a obra da rodovia ligando a MG-353 - Juiz de Fora/Coronel Pacheco - à BR-040. A denúncia dos ecologistas é baseada no risco para a bacia da Represa João Penido. Eles vão reafirmar aos vereadores que profissionais da UFJF já apresentaram três alternativas de traçado para evitar a bacia hidrográfica, uma delas aprovada pelo Plano Diretor de Juiz de Fora.